Tal como quase todas as histórias de amor, também esta começou com um simples olá, nada diferente de outros tantos que tinha recebido até então mas longe de imaginar que seria diferente desta vez. Era de alguém que, tal como eu, se apresentava sem foto mas que me suscitou curiosidade quando fui espreitar o seu perfil. Gostos semelhantes e uma distância inferior a 100km fizeram com que saísse um olá de resposta. A partir daí, várias mensagens foram sendo trocadas mas andávamos sempre desencontrados nas horas e as mensagens eram respondidas mais tarde, mediante as diversas questões que ambos deixávamos. Sempre educado e com um bom português, as conversas dele foram-me suscitando cada vez mais curiosidade e um dia sugeri que trocássemos números de telemóvel. Pela primeira vez estávamos a ver o rosto um do outro através da foto de perfil e a vontade de continuar a conversar aumentou.
Ao longo de 3 meses, fomos construindo uma bonita amizade, trocávamos mensagens, falávamos da nossa semana, dos nossos gostos, dos nossos sonhos e cada vez nos conhecíamos melhor. Estar sem falar com ele durante muitos dias já não fazia sentido para mim, ele fazia-me falta e eu não queria admitir.
Um dia, numa mensagem, ele na brincadeira tirou uma fotografia à lua cheia que estava nessa noite e disse-me que lhe iria fazer uma serenata com um grupo de amigos. Eu, nesse momento, confesso que fiquei com inveja da lua e percebi que os sentimentos já não eram só de amizade, eu queria mais mas era tímida (e ele também). Ganhei coragem e disse-lhe “podias fazer essa serenata antes a mim”. Nesse momento, o clique deu-se e muitas mensagens trocámos nos dias seguintes até de madrugada.
Nessa altura, tive o meu choque de realidade e fiquei a saber que ele trabalhava no estrangeiro e que a distância não era assim tão perto quanto eu pensava. Foi um choque mas que havia de fazer, eu já sentia algo forte por um homem que nunca tinha visto ao vivo. Tivemos a nossa primeira chamada telefónica e a voz dele era tão suave e simpática que todos os receios que tinha acabaram naquele momento. Daí às video-chamadas foi um salto (dois dias depois) e assim tivemos o nosso primeiro encontro virtual. Estava tão nervosa como se de um encontro físico se tratasse e o medo de que ele não gostasse de mim era enorme. Mas correu tudo bem, a conversa fluiu e ele ainda era mais giro do que nas fotos. Eu já estava apaixonada mesmo sem me ter apercebido do momento em que tal aconteceu.
A vontade de um encontro fisico foi aumentando a cada chamada que fazíamos mas 1200km separavam-nos. Um mês depois, ele veio ter comigo e estávamos a ter finalmente o tão aguardado encontro. Ele atrasou-se meia hora e eu comecei a ficar tão nervosa e a pensar “será que ele arrependeu-se?”. Quando o vi, fiquei aliviada mas com um friozinho na barriga. Havia um nervosismo de ambas as partes e uma certa timidez mas uns minutos depois, foi tudo tão natural como se nos conhecêssemos há anos. Nesse dia, as horas passaram a correr e percebemos que tínhamos encontrado a pessoa certa. Logo fizemos planos para minimizar a distância que nos separava. Quando ele se foi embora, chorei que nem uma desalmada, já estava cheia de saudades e nem 10 minutos tinham passado. Dois dias depois comprei um bilhete de avião para ir ter com ele mas a pandemia chegou e as viagens foram canceladas… foram uns longos 5 meses sem nos podermos tocar e a saudade tomou conta dos dois.
Quando finalmente nos reencontramos, prometemos fazer de tudo para que nada (nem uma pandemia) nos voltasse a separar e desde então, fomos dividindo o tempo com temporadas ora cá, ora lá, sem deixarmos passar muito tempo separados. Quando chega a hora da despedida, esta continua a doer mas mesmo assim hoje, 3 anos depois, continuamos juntos e a planear a construção da nossa família e de uma vida a dois.
Ambos acreditamos no destino e este levou-nos até ao Felizes.pt. Se não fosse este site, dificilmente nos teríamos cruzado e o nosso amor nunca aconteceria. Dois corações abertos, sem medo de ultrapassar o obstáculo da distância foram a base para um amor que pretendemos que seja para sempre.